Hoje foi o dia menos produtivo desde o início da quarentena. Ainda assim, consegui manter as três coisas que tenho feito todos os dias desde o começo:
- No mínimo 100 apoios ao longo do dia (em séries de 30). Tive dias em que cheguei a 360.
- Assistir a um filme.
- Fazer um exercício de respiração.
Nos dias de tempo bom, também dou uma boa volta de bicicleta. Semana passada, por três dias seguidos, pedalei até a praia, que estava aberta depois de quase um mês, apenas para exercícios. Na sexta-feira, se invocaram com o pessoal que estava indo só para ficar parado dentro d’água e resolveram fechar tudo de novo. Agora só estão abrindo das 6 às 9 da manhã.
Em um dos dias, eu estava no gramado fazendo embaixadinhas e uma mulher pediu pra bater bola comigo. Ficamos jogando por quase uma hora, no fim descobri que ela jogou pela seleção australiana em duas Copas do Mundo, como zagueira e lateral. Chama-se Servet Uzunlar. Muito gente fina e cheia de habilidade. Atualmente, é técnica de futebol em uma escola da Central Coast de NSW.
Hoje foi a primeira vez em que tirei uma SIESTA em anos. Perdi esse costume depois que comecei a tomar café, algo que não bebo há duas semanas. Estou tentando largar esse costume (dependência) que tenho há uns 4 anos.
A expectativa aqui na Austrália é que, dentro da umas três semanas, as coisas possam começar a voltar ao normal, gradativamente. O governo lançou hoje um app para controlar as pessoas com as quais se tem contato, para tentar adiantar o dia em que poderemos sair com mais liberdade. Há uma discussão sobre se há perigo de abuso e invasão de privacidade da parte do governo.
A minha maior preocupação no caso é da falta de precisão do programa, já que ele usa o bluetooth (tecnologia que acho bem precária) para manter uma lista de pessoas com as quais tu teve contato direto por tempo prolongado. Não é um esquema sem falhas, com certeza, mas é uma ideia e eu acho que a intenção é boa.
Minha previsão é que em junho já se possa sair pra rua com mais tranquilidade, ainda tentando manter distância e usando máscaras. Voos domésticos e esportes profissionais sem torcida acho que vai poder também, mas para voltar torcida e viagens internacionais, só ano que vem. Pessoalmente, minha preocupação é se poderei ser visitado pela família em Abril de 2021, esse era o plano.
Quanto aos pagamentos quinzenais do governo, ainda não recebi uma resposta, mas a esperança ainda está de pé.
Na telinha, assisti Devs, Tiger King, a segunda temporada de Afterlife, entre outros vários filmes e documentários. Gostei bastante de Richard Jewel e Honey Boy, dos mais recentes. Entre os antigos revistos, destaque para um dos melhores filmes de todos os tempos.
A série que mais curti foi Drive To Survive, do Netflix. É uma série de F1 onde, meio que por acidente, acabaram focando nas equipes médias e pequenas, o que acaba sendo muito mais interessante e dramático do que acompanhar a temporada das equipes hegemônicas. Tanto que, na segunda temporada, fecharam com Mercedes e Ferrari e mal usaram desse acesso. O foco ainda ficou nas historinhas das medianas Red Bull, Renault e Haas. Recomendo bastante, mesmo pra quem, como eu, não acompanha Fórmula 1 há anos.
Outro destaque do entretenimento da CORONA SEASON tem sido no campo criativo. Semana passada, nosso amigo Paraíba fez uma live ÉPICA do estúdio de sua casa, mais de 4 horas, mais de 50 músicas, incluindo uma boa versão de Stonehenge com dedicatória especial ao ator do clipe, que já tem 1 milhão na contagem.
Outra live tão emocionante quanto surpreendente que rolou esse fim de semana foi o POST MALONE e Amigos (incluindo o batera do Blink-182, Travis Barker, que mandou bem demais) fazendo um excelente tributo ao Nirvana, com direito a live comments do Krist Novoselic via Twitter. POSTY se mostrou verdadeiro fã (ele tem STAY AWAY tatuado na cara) e não tocou Teen Spirit (por que ninguém precisa ouvir SLTS de novo. Na real podia não ter tocado Come As You Are também, foi uma das piores. As músicas que realmente fora foda demais: Lounge Act, Breed, Territorial Pissings, Very Ape e Stay Away. Me impressionei com a qualidade do som, muito bem mixado. Nunca prestei muita atenção nesse Post Malone, mas agora ganhou meu respeito eterno: tocou e cantou bem pra cacete, quase não errou as letras (não parecia estar lendo) e escolheu um ótimo setlist. Quando tudo isso terminar, deveriam faz uma tour com essa banda cover, tocar em uns festivais. Humilhou demais isso aqui.
Ah, vale citar que as duas lives arrecadaram muitas doações para ajudar o pessoal que precisa.